segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Digo-lhe que venha, que me possua outra vez. Ele obedece. É bom o cheiro do cigarro inglês, o perfume caro, ele cheira a mel, sua pele absorveu o cheiro da seda, aquele cheiro de fruta do tussor de seda, do ouro, ele desperta o desejo. Digo que o desejo. Diz que devo esperar. Ele fala, diz que desde o primeiro momento, desde a travessia do rio sabia que eu seria assim depois do meu primeiro amante, que eu amaria o amor, sabia que desde o momento que eu o enganaria e que ia enganar a todos os homens com quem fizesse amor. Disse que,quanto a ele, forainstrumento da prápria infelicidade. Digo que o que está dizenso me faz feliz. ele fica violento, seu sentimento é de desespero, atira-se sobre meu corpo, devora os seios de criança, grita, insulta. Fecho os olhos para o prazer imenso. Penso: está habituado, é isso que ele faz na vida, amor, somente isso. As mãos são hábeis, maravilhosas, perfeitas. Tenho muita sorte, é claro, é como se fosse uma profissão, sem saber ele sabe exatamente o que deve ser feito, o que deve ser dito. Ele me chama de puta, de nojenta, diz que sou seu único amor, e é isso que deve dizer e é isso que se diz quando não se controlam as palavras, quando se deixa que o corpo faça, que procure e encontre e possua o que deseja, e então tudo é bom, não há sujeira, a sujeira está encoberta, tudo é levado pela torrente, pela força do desejo.


Ibid.

2 comentários:

larissa disse...

"E depois não soube mais dizer. E depois lhe disse. Disse que continuava como antes,que a amava ainda ,que jamais poderia deixar de amá-la, que a amaria até a morte."

Laís Salgueiro disse...

não há jogo em nada disso, só vontade!