segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Sonhei contigo ontem. Sonhei que dormia e que acordava com seus carinhos e com seu olhar nos meus olhos se abrindo. Seu olhar...Vi todo um passado num só relance. Você me contava que tinha esperado eu acordar por muito tempo, mas que não houve sofrimento nenhum. Não precisou de paciência. Disse que sabia que quando eu acordasse valeria a pena da espera. Eu, a meia voz, contava que fora a melhor surpresa do mundo acordar assim. Contava para ti que muita coisa estava presa na minha garganta, e que fizera mal a tanta gente...Você sorriu, dizendo que isso não importava mais, que eu te contaria tudo ali, naquela hora, e tudo estaria bem depois. Tive vontade de dizer que te amava. Segurei-me. Agora me arrependo. Entendi então que o espaço compreendido entre meu rosto e o seu, delimitado pelos seus cabelos e pela luz alaranjada desperdiçada pelo sol se pondo era onde eu viveria mais intensamente, era onde eu deveria morrer. Escapou-me um sorriso, um bem aberto. Pisquei os olhos, talvez numa tentativa de testar a realidade, mas paguei a pena. Você sumiu então literalmente num piscar de olhos, e troquei meu espaço ideal por uma cama escura e solitário de um começo de noite. Acordei. Você nunca tinha existido.
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Um comentário:
você também parece roubar da minha mente e da minha vida muitas palavras, muitos momentos.
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