O sussurro-gemido-grito-prazer sendo concebido no topo do peito, começando a deslizar suavemente pelo começo da garganta, fazendo cócegas antes de escapar em forma de ar, e passando a ser som quando entra em contato com a língua. Língua bailarina que sempre gostou dessas cócegas sorrateiras que chegam anunciando a satisfação, por isso sempre procura. Está sempre procurando. O pulmão, reprimido qual sempre foi, acha esse escape dos seus brônquios a coisa mais safada do mundo, e prepara o suspiro com um cuidado que ninguém consegue ter, talhando-o. A garganta adora passar a mão nele, e acarariciando-o conduz seu caminho até onde for possível. Ela quer é que ele voe. Não para. Não para alguém. O suspiro quer voar. A pele, de onde pode, arrepia-se, quer entrar na bagunça, ninguém quer perder. Fica espiando pra ver no que vai dar, pra ver onde vai entrar. O colapso vem com os nervos. Pobres fracos. Não suportam nada estanque, querem que tudo se esvaia. Querem fazer do prazer espírito. Se contorcem, se estapeiam, chegando até à descarga completa do amor. E o coração agora começa a sossegar, a querer que o mundo pare de rodar, que o nada seja trocado pelo alguma coisa, por uma bobeira que seja... Sossega suas pulsações. Chega!
Sangue, segure-se, Pele, desarrepie-se, Prazer, volte quando bem entender.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
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Um comentário:
gostei da descrição!
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